É ético querer mudar as pessoas? Esta é uma pergunta que merece atenção dos líderes e gestores de pessoas por este mundo afora.
Nestes tempos de competitividade um dos grandes desafios tem sido o objetivo de mudar comportamentos. O que nos leva a ter isto como propósito constante?
Por que somos tão insatisfeitos com as pessoas que dividem suas vidas conosco, tanto na esfera pessoal como profissional? Esta insatisfação não estaria contrariando uma criação divina, única, não repetível por toda a eternidade?
Não é possível hoje em dia falar de MUDANÇA sem que apareça aquela palavra cacofônica chamada “RESILIÊNCIA”. Ela salta da boca de palestrantes, líderes e professores como se fosse um mantra. De repente todo mundo tem que ser resiliente e esquecemos que algumas pessoas têm muitas dificuldades para adotarem tal comportamento ou se adaptarem na velocidade exigida.
(Leia também – A dor da aprendizagem)
O ser humano é assim. Uns são diferentes dos outros, no entanto insistimos para fazer com que todos tenham uma mesma linha de raciocínio e um mesmo jeito de encarar, vivenciar e se comportar.
Somos seres em evolução e DESENVOLVER é substancialmente diferente de MUDAR.
Quando criamos regras muito duras, colocamos uma avalanche de seres humanos na marginalidade. Impomos limites, incentivamos preconceitos e confundimos as pessoas com “coisas” desconexas.
Agimos como deuses e definimos o que é certo e errado, exigindo que todos se comportem desta ou daquela maneira. Na verdade trabalhamos para enquadrar o ser humano e fazer com que ele seja diferente de sua essência. Quem é original acaba sendo muito criticado e arcando com o ônus de ser o que realmente é.
Quando as pessoas passam a fingir comportamentos para permanecerem inseridas no contexto, o desgaste emocional é aviltante. O disfarce para mostrar aos outros que há engajamento, fere valores e princípios. Em geral estas situações evidenciam e encorajam comportamentos conflitantes e sentimentos de ingratidão constantes.
Precisamos parar com este discurso de MUDANÇAS sem sentido, abordado em palestras e nas mais diversas formas de contatos, em especial dentro das empresas.
Somos seres em evolução e DESENVOLVER é substancialmente diferente de MUDAR.
Antes de partir para esta loucura desenfreada de mudar as pessoas, temos primeiro que trabalhar mais para conhecer o ser humano e coloca-lo para atuar em atividades que estejam bem alinhadas as suas necessidades, expectativas e perfil.
A motivação só existe se houver prazer e só existirá prazer se eu conseguir dar vazão ao que melhor existe dentro de mim. Esta é a forma ideal de se conseguir produtividade e não entendo porque muitas empresas insistem em fazer exatamente o contrário.
(Artigo sugerido – Palestra de Motivação)
Desenvolver sim. Este é o caminho mais inteligente. Para desenvolver é preciso primeiro descobrir com mais precisão o que move cada ser humano.
E para terminar…Hoje a moda é falar de PROPÓSITOS. Como unir os propósitos das empresas com as aspirações das pessoas, se elas não conseguem externar o que realmente são? Ai nós batemos na “tecla” da ética. Propagamos a ética, mas ferimos o principio básico da sociedade humana que é SER VERDADEIRO.
Tentar de todas as formas MUDAR alguém é querer transformar uma pessoa naquilo que ela não é. Quando isto acontece passamos a agir de forma não ética do ponto de vista humanista.
Conheça mais. Compreenda mais. Selecione melhor e desenvolva de um jeito inteligente. Nossas empresas precisam disto para se tornarem mais prósperas e as pessoas precisam disto para serem mais competentes e felizes.
Tags:etica, resiliencia