Hoje me peguei pensando na seguinte pergunta: Existe um lugar certo para cada profissional?
Um dos grandes apelos de que trabalha com Assessment de Perfil Comportamental é o fato de que é possível ter uma previsibilidade sobre a pessoa certa para o cargo certo. Em projetos que envolvem o que eu chamo de “Engenharia de Equipes”, fica bem evidente que as empresas buscam cada vez mais os comportamentos diferenciados e habilidades, onde o candidato ou mesmo o profissional que já atua na organização e está buscando uma ascensão profissional, julgue ter um bom desempenho.
(Leia também – Perfis comportamentais e seus estilos de liderança)
Porém, comete um ledo engano que simplesmente pensa que o lugar é o cargo. Esta perspectiva de lugar é muito maior do que o papel profissional que esta pessoa vai desempenhar na empresa.
Lugar é a empresa, o time, a liderança, lugar também é a cidade, o estado, a carteira de clientes, e lugar é também e principalmente a cultura organizacional.
Mas há também a outra parte do apelo: a pessoa certa e mais uma vez acabamos nos limitando em pensar na pessoa somente como o profissional. Pessoa certa é, na verdade, o humano certo, que é uma pessoa com vivências profissionais, habilidades, competências, comportamentos e acima de tudo caráter.
E agora? Gostamos tanto de ferramentas – eu mesmo sou apaixonado por elas – mas qual a ferramenta ideal para saber se aquele humano tem o caráter certo para a cultura organizacional da empresa? Esses dias visitei uma organização conhecida pelo seu modelo flexível de gestão de pessoas para o favorecimento do processo de criação e inovação. Fiquei assustado em saber que boa parte das pessoas que são desligadas ou pedem desligamento acionam a empresa judicialmente em questões que simplesmente acontecem porque quem a gerenciou foi flexível demais frente à legislação trabalhista e principalmente confiou no caráter de quem contratou.
comete um ledo engano quem simplesmente pensa que o lugar é o cargo
Todo mundo tem o direito de buscar seus direitos trabalhistas, mas a questão aqui é o caráter mesmo. Estas pessoas usufruíram o ambiente e da gestão flexível, aproveitaram-se de todas as benesses que um modelo inovador de gestão proporcionou mas não foram os humanos certos, com o caráter certo, na sua saída. A cada dia me esforço para ampliar minha capacidade de compreensão e de suspensão de julgamento, mas confesso que passou pela minha cabeça um desejo secreto de vê-los trabalhando em uma fábrica inglesa do século XVIII.
Mas a pergunta ainda está sem resposta: Existe um lugar certo para cada profissional? Minha resposta é: DEPENDE. Mas há algo muito próximo do ideal que é quando encontramos a possibilidade do encontro do humano certo (vivência profissional, habilidades, competências, comportamentos e caráter) com “um lugar certo” onde ele possa ser ele mesmo gerando resultados positivos para a organização que o contratou e, lógico, para ele também.
E sem querer nos deparamos novamente com o conceito de propósito sobre o qual escrevi em outro artigo (Propósito: Cada um tem o seu!). Que tal dar uma relembrada nele lendo novamente?
E para a próxima semana, me proponho a escrever de forma mais ampla sobre a perspectiva de LUGAR CERTO, afinal com as mudanças que nossa sociedade vem vivendo… bom, continue respirando e aguarde o próximo artigo.
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