Espero que você tenha seguido minha recomendação do último artigo e tenha ficado respirando para nos encontrarmos novamente nesta parte 2 dele e então entendermos um pouco mais sobre o Engajamento. Também espero que você tenha conseguido ler alguma coisa do livro Flow do Mihaly Csikszentmihalyi, ou então pelo menos assistido a sua palestra no TED. O livro é um pouco difícil de achar impresso, mas nas livrarias que oferecem livros digitais você compra facilmente e por um ótimo preço.
No dia – 13/fev/2017 – iniciei os trabalhos com uma turma da Formação Líder Coach com PNL em Joinville-SC, a primeira de 2017 e a qual tenho a honra de dividir com meu amigo Armando Pastore. Eu conduzo os temas relacionados à Liderança e Armando dá o seu show quando o assunto é PNL. Não é a primeira turma onde desenvolvo o tema Liderança Coaching, mas é a primeira vez que coloco um tempo da carga horária dedicado exclusivamente à Programação Neurolinguística.
Você pode até pensar diferente, mas para mim, qualquer treinamento, formação ou desenvolvimento para Líderes precisa ter seu foco voltado para as Competências Comportamentais, afinal Liderança é inspiração e influência. Para isso você precisa saber comportar-se e relacionar-se com seu time bem como com os outros atores envolvidos no cenário onde você atua. E sim, nós precisamos saber nos relacionar com perfis comportamentais diferentes, com dominâncias cerebrais também diferentes, com vário “tipos” do eneagrama e assim por diante – a lista é longa. (Que tal ler o artigo No comportamento humano 1+2 pode ser igual a 5 )
Mas o que as Competências Comportamentais têm a ver com o Engajamento que é o tema deste artigo? Afinal você estava ansioso para continuar o assunto. Tem tudo, já que é por meio do comportamento do Líder que sua equipe desenvolve o Engajamento e isso ficou muito evidente para os participantes da turma de líderes desta formação que mencionei acima, quando fizemos uma avaliação da capacidade de geração de engajamento dos líderes deles.
Como citei no primeiro artigo desta série, gosto de usar o estudo da Hierarquia das Necessidades Humanas para ilustrar este raciocínio e para isso te convido a ler a imagem abaixo.
Fonte: Novo Rumo
As Necessidades Básicas dizem respeito a tudo aquilo que a pessoa precisa para viver e assim como o segundo nível da pirâmide – as Necessidades de Segurança que é tudo aquilo que precisamos para que haja o sentimento de segurança física, moral e material – divide o posto de Necessidades Primárias, ou seja, sem elas, não conseguimos avançar para os níveis mais superiores da pirâmide. Pode parecer injusto, mas para Maslow as Necessidades Secundárias estão ligadas aos 3 próximos níveis que são as Necessidades Sociais como amor, afeto, comunicação, amizade, ser parte de algo e intimidade sexual; Necessidades de Estima como autoestima, confiança, respeito aos outros e dos outros; e por fim Autorrealização como Moralidade, criatividade, superação, espontaneidade, ausência de preconceitos e aceitação dos fatos.
qualquer treinamento, formação ou desenvolvimento para Líderes precisa ter seu foco voltado para as Competências Comportamentais
Mas qual a relação disso com o trabalho do Líder? Se empresas são feitas de pessoas, cada uma delas com uma configuração comportamental com participação de sua genética e também de seu estilo de vida, relacionamentos, escolhas realizadas ao longo da vida, é preciso que o Líder gere estímulos que atendam estas necessidades de seus liderados – no trabalho – para que então o Engajamento possa acontecer.
Neste raciocínio, gosto de eliminar as necessidades básicas, porque se estamos falando do contexto da Liderança, entendemos que os liderados já comem, já bebem, já dormem, enfim já tem suas Necessidades Básicas atendidas. Desta forma, nos restam os 4 outros níveis da pirâmide e para isso, a influência do Líder é fundamental se o que se deseja é realmente manter o time engajado. Para isso, ele e toda a cadeia de poder da empresa precisam desenvolver – dentro dos seus limites e da sua cultura – práticas geradoras de engajamento, entre as quais, gosto de destacar:
Segurança:
- Estabelecimento de Metas e objetivos claros
- Especificação de papeis, responsabilidades e processos de trabalho
- Desenvolvimento técnico e comportamental
- Condições adequadas de trabalho
- Carga de trabalho adequada
Sociais:
- Acompanhamento corpo à corpo
- Interação com o liderado, sabendo ouvir com equilíbrio questões profissionais e pessoais
- Acessibilidade à equipe
- Ajuda na solução de conflitos
- Ser embaixador do trabalho em equipe
Autoestima:
- Mostrar a importância da pessoa para a empresa
- Interagir com os liderados a respeito dos rumos da empresa e impactos disso sobre suas vidas
- Feedback constante, real e honesto
- Ceder autonomia e autoridade quando possível
- Entender que um liderado é uma pessoa
Autorrealização:
- Receber ideias e contribuições
- Delegar responsabilidades, prazos, atividades e autoridade
- Desafios para fortalecer competências
- Apoiar no reconhecimento financeiro
- Mostrar oportunidades de carreira
É claro que pode acontecer de você não ter autonomia na sua empresa para tratar todas estas questões e poder dar prosseguimento nestas práticas do jeito que gostaria, mas lembre-se que o Líder é um grande influenciador e portanto seu papel também é influenciar a cadeia de poder da empresa para que assuntos que fogem da sua alçada possam ter andamento e assim contribuir com o engajamento dos seus liderados.
Ah, e lembre-se: pessoas engajadas sentem-se conectadas com o negócio, produzem em média 22% a mais que as outras, muitas vezes estão em FLOW e não percebem o tempo passar e tudo isso pode levar sua empresa a níveis de produtividade, resultado e principalmente clima organizacional tão sonhados por seus gestores – ou líderes – e por quem resolveu entregar a esta organização um pedaço da sua carreira profissional e da sua vida.
Tags:engajamento, Flow, liderança, Maslow