Como meu primeiro artigo do ano, e fazendo um link com o último artigo do ano passado, não
poderia deixar de perguntar: Em pleno 17º dia do ano novo, como andam seus esforços para
manter os compromissos firmados consigo mesmo no dia 1 da agenda de 2018? Pense nisso e se quiser responder pessoalmente, envie um e-mail para fabricio@fabricioalbrecht.com.br .
Essa época de férias é muito boa para descansar e também, para aqueles que tem família
como eu, dedicar mais tempo a este importante grupo social – aquele do qual nós
primeiramente fazemos parte em nossa vida. Tenho 2 filhos e acredito que sou muito próximo
a eles durante todo o ano, mas as viagens à trabalho, aulas noturnas, atividades durante o dia,
acabam elevando minha carga horária algo em torno de 12 à 14 horas diárias constantemente,
portanto tenho me policiado para dedicar tempo de qualidade a eles quando estou presente,
obviamente estando presente.
Um destes momentos de presença plena, durante as férias, estava eu deitado com minha
mulher e minha filha brincando – ela tem 7 anos e é muito ativa nas brincadeiras – quando, de
repente ela pergunta: “Pai, eu sou legal?”.
Neste momento, eu e minha mulher olhamos um para o outro e daí respondi: -Filha, você é uma criança muito alegre, companheira, de bom coração e muito brincalhona, portanto para mim você é muito legal!
Em momento nenhum eu precisei forçar a resposta porque ela é tudo isso sim e até muito
mais. Não é por ser minha filha, mas como uma pessoa de 7 anos de idade, identifico nela
estes traços de comportamento e muitos outros que formam a sua personalidade. O que
realmente “me pegou” na sua pergunta foi a preocupação latente de ser alguém aceitável
pelos grupos sociais onde está inserida.
(Leia também: O mundo precisa de mais pessoas Estáveis)
Quantos de nós durante sua vida e até sua infância não sofreu – alguns ainda sofrem – por não
se sentirem aceitos em seus grupos sociais? Da mesma forma que a vida quer viver, o ser
humano, enquanto ser social, deseja estar aceito pelos que o rodeiam. Seja você a mais
durona das pessoas ou não, acredite, precisa estar aceito por alguém.
como andam seus esforços para manter os compromissos firmados consigo mesmo no dia 1 da agenda de 2018?
Nossa vida se desenvolve desta forma, nossos arranjos familiares e sociais se desenvolvem ou
cessam quando esta necessidade não é atendida. A vida quer viver da mesma forma que nós
queremos ser aceitos, aliás queremos e precisamos.
Em um dos momentos de final de ano, dentro de um dos grupos sociais dos quais faço parte,
um dos amigos dedicou algumas palavras para falar sobre os membros daquele grupo. Ele é
uma pessoa espetacular, a qual admiro e é casado com outro homem, também espetacular, de
bom coração e que também admiro muito. Em suas palavras ele se emocionou dizendo que a
nossa integração enquanto grupo foi natural, sem perguntas e nem restrições à condição dele
e de seu marido – eles foram aceitos por nós e acima de tudo nós também fomos aceitos por
eles.
Aceitação é troca, e precisa ser via de mão dupla, porque se não for, pode se transformar em
um grande movimento de negação a si próprio e com isso anular o que você pode ter de
melhor. Por ser via de mão de dupla, você se adapta, o outro se adapta e assim se desenvolve
o que chamamos de relacionamento, seja de qual nível for, e pelos relacionamentos se
desenvolvem as sociedades.