A neuroliderança trata da combinação dos estudos e pesquisas do funcionamento do cérebro, em relação as práticas de liderança e a percepção que precisamos ter daqueles que lideramos.
Nosso cérebro é um instrumento preguiçoso. O ato de pensar cansa e por este motivo jogamos no inconsciente o que é possível ser automatizado.
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Por exemplo, quando estamos aprendendo a dirigir, atuamos de forma consciente, pensando em todos os passos que precisamos tomar para que o carro se movimente. Depois que dominamos esta atividade, o conhecimento vai para o inconsciente e passamos a dirigir de forma automática, sem pensar naquilo que estamos fazendo. Esta situação deixa livre o consciente para atuar em outras situações.
Estudos concluem que 95% daquilo que somos é inconsciente. Enquanto estamos aqui lendo este artigo, nosso cérebro cuida do funcionamento de todas as atividades de nosso corpo.
Do batimento cardíaco e funcionamento de todos os outros órgãos, ao armazenamento dos dados na memória. Reconhecemos faces, vozes e gestos. Comemos aquilo que nos dá mais prazer e rejeitamos aquilo que não combina com nosso paladar, na maioria das situações inconscientemente. Amamos, sentimos inveja, medo, repulsa, tristeza e alegria.
Como grande parte daquilo que somos está no inconsciente, não conseguimos explicar porque amamos esta pessoa e não aquela, porque sentimos paixão por quem não deveríamos, porque sentimos medo de algo e não conseguimos explicar racionalmente os motivos.
Como podemos perceber, o Ser Humano é complicado e é responsabilidade de quem lidera, compreender esta grande complexidade. Lidar com pessoas e saber administrá-las é o maior desafio e exige competências especiais.
95% daquilo que somos é inconsciente
Alguns autores dizem que a capacidade de liderança não vem em nosso DNA, outros já afirmam que é preciso nascer com uma predisposição natural para desempenhar este papel.
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A expertise na atividade de Recursos Humanos que já somam mais de 30 anos, facilita a análise por meio das experiências vividas e logicamente também na comparação do que está escrito por ai. Nenhum cérebro é igual a outro. Ninguém vê o mundo do mesmo jeito, como também ninguém tem o mesmo perfil, com respectiva capacidade para executar qualquer atividade exatamente da mesma forma.
A capacidade de liderar pode ser observada nos primeiros anos de vida, fruto de fatores genéticos e dos insights vivenciados, especialmente na infância.. O ambiente com certeza vai influenciar e isto inclui a forma de educação adotada pelos pais e a percepção dos comportamentos daqueles que nos rodeiam, como amigos, primos e outras pessoas que cruzam o nosso dia a dia.
Alguns neurocientistas concluíram recentemente que a intervenção dos pais é menor do que se imaginava até pouco tempo e que outras pessoas provocam grande influência no nosso comportamento em razão do ineditismo dos fatos. O cérebro grava com mais força aquilo que é novo. Também os comportamentos de pessoas que admiramos provocam grande impacto.
Se temos um amigo de infância que estimamos, há uma tendência de grande influência em nossa vida, conforme aponta o Neurocientista Steve Pinker. Talvez isto explique a necessidade de o pai parecer um super herói para que o filho observe seu comportamento e o imite.
É portanto natural, que as pessoas imitem seus líderes e estes por sua vez precisam ser o exemplo, uma “COISA” muito complicada, pois aqueles que ocupam cargos de liderança são pessoas que também tem defeitos e a sociedade criou uma visão romanceada desta “figura”.
Lidar com pessoas e saber administrá-las é o maior desafio e exige competências especiais.
Esta conotação romanceada tende a endeusar e ao mesmo tempo cobrar comportamentos que são difíceis de serem vivenciados.
A Neuroliderança é uma ferramenta pontual e avançada para melhorar resultados por meio do autoconhecimento e também da percepção aguçada, para se analisar os comportamentos das pessoas que fazem parte de nossas equipes.
Liderança é algo mais “nato”, todavia isto não significa que alguém não possa desenvolver. Logicamente para determinados perfis será mais fácil e para alguns extremamente desafiador. Como exemplo podemos citar que um líder extremamente criativo e inovador, tende a ser mais desorganizado e pouco sistemático, além de ter dificuldades no cumprimento de normas e procedimentos, mostrando um perfil mais flexível.
É importante salientar ainda que estamos falando aqui de liderança e não de gestão, que é outro “papo”. Podemos ainda simplificar dizendo que liderança é algo mais relacional e gestão mais processual. Existem alguns poucos que possuem equilíbrio de competências.
O que importa mesmo é sabermos que quanto mais conhecermos sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas, melhores serão nossos resultados, pois uma empresa é feita de cérebros.
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