Será que minha proposta será aceita? E se houver cortes na empresa, como eu ficarei? Como vou viver sem minha mãe por perto, quando ela se for? E se eu não der conta? Será que aconteceu alguma coisa, pois ele não chegou até agora…
Perturbações como essas muitas vezes populam nossas mentes quando estamos preocupados, nos roubando a energia, o sono e a paz. Além de nos conduzir a um universo de pensamentos infrutíferos e negativos a preocupação paralisa nossas ações e nos impede de enxergar a realidade como ela é. Acabamos criando cenários complexos e possibilidades assustadoras, resultando em medo e ansiedade desassossegando nossos corações.
A palavra ‘pre·o·cu·pa·ção’ de acordo com o dicionário Priberam, origina do latim praeoccupatio-onis – ocupação prévia. Refere-se ao estado de espírito ocupado por uma ideia fixa a ponto de não prestar atenção em nada mais, envolve inquietação, desassossego e pressentimento triste. A palavra preocupação em inglês (worry) tem origem anglo-saxônica e significa Estrangular ou Sufocar, que é exatamente a sensação que muitas pessoas afirmam ter quando estão preocupadas.
Quem nunca?
Certamente, vivemos muitos momentos de preocupação em nossas vidas, momentos em que a angústia nos invade, sufoca e nos impede de encontrar soluções.
Comparada à aceleração do motor de um carro em ponto morto, a preocupação queima energia (combustível), produz ruídos e libera fumaça que pode nos sufocar e intoxicar, mas nos mantém inertes, e não nos leva a lugar nenhum.
Acelerar mais ou se preocupar mais, não nos faz sair do lugar. A preocupação imobiliza e nos impede de tomar atitudes que promovam mudanças; simplesmente nos mobiliza fazendo com que fiquemos cada vez mais agarrados ao problema, nos impedindo de enxergar o outro lado. Concentramos-nos tanto no problema a ponto de desviar os olhos da solução.
Podemos optar por preocupar-se ou escolher ocupar-se.
Preocupar-se resulta na perda de tempo, e não na solução. É pensamento estéril que rouba energia e cerceia a ação.
Já a ocupação é algo prático, dinâmico e criativo. Refere à de fato fazer algo, colocar-se em ação, exercer o controle sobre determinado espaço ou situação, tomar para si a responsabilidade, exercer e desempenhar uma atividade dedicar-se a tratar de algo.
Para não se deixar levar unicamente pela preocupação, alguns passos podem auxiliar e direcionar suas ações, contribuindo para uma ocupação efetiva.
- Invista na análise dos fatos e dados, na existência do que ocorre de fato. Nessa etapa, liste os fatos e dados somente. O que existe sem sua interpretação e julgamento desses fatos.
- Analise a importância e significado desses fatos para ter clareza sobre impacto dos mesmos.
- Pense em possibilidades de ações para mudar a situação, listando todas as possibilidades que você conseguir identificar, sem censura, quanto mais melhor!
- Analise todas as possibilidades e escolha as ações que você percebe que tem mais capacidade para executar. Planeje como coloca-las em prática e ocupe-se delas!
Acelerar mais ou se preocupar mais, não nos faz sair do lugar
Esses quatro passos, relacionados ao conceito de Qualificação da Análise Transacional (Ver mais em Produtividade e Analise Transacional), possibilita olhar para o que acontece sem contaminação, compreender o impacto, pensar em soluções e planejar como agir se ocupando de fato para resolver a situação.
(Leia também – Coragem, Mente e Alma)
Assim, para não sofrer de intoxicação pela preocupação recorrente, é importante ocupar-se com ações efetivas para ver as situações por outros ângulos, buscando a ótica não do problema, mas sim da solução.
Somos seres ilimitados, com capacidades infinitas quando estamos inteiros e conectados com a realidade. Conscientemente focados no aqui e agora, podemos direcionar energia suficiente para ação à medida que escolhemos não mergulhar nas preocupações.