Esta é uma pergunta muito recorrente em todo lugar que vou e existem correntes de pensamento diferentes a respeito disso. Minha pretensão neste texto é expor aquilo que minha experiência de Coach e Analista Comportamental já viram, assim como aquilo que já estudei a respeito fala sobre o tema. E já alerto você que está lendo que isto aqui não é um artigo científico porém gosto sempre de escrever falando sobre a teoria e a comprovação empírica dela, e por fim te lembro também em comportamento humano, 1 + 2 nem sempre é igual a 3.
Você se lembra de posturas que já teve na sua vida e que simplesmente não tem mais? Valem tanto aquelas que, por meio de um choque de realidade, conscientemente você iniciou um processo de mudança, mas também valem aquelas que você simplesmente conseguiu deixar para trás. Nesta segunda opção, muitos de nós costumam chamar de maturidade.
E aí, lembrou de alguma?
Então agora te convido a voltar atrás nos conteúdos que já abordei aqui no RhThink e resgatar os 4 artigos que escrevi descrevendo cada um dos perfis comportamentais do DISC. Pronto!
Agora refaça o exercício de voltar atrás em algumas de suas atitudes e comportamentos que foram interrompidos durante a sua vida e veja se algum deles significou uma, mesmo que leve, redução de intensidade de um padrão de comportamento pela adoção de outro. Lembrou de alguma(s)? Se sua resposta foi SIM, então você já experimentou esta migração de comportamentos de perfis diferentes. Caso sua resposta foi NÃO, talvez você não tenha encontrado tais situações ou simplesmente você é duro(a) na queda e não mudou mesmo…risos.
Acredito inclusive que não admitir que nosso perfil é mutável é uma grande violência com a maravilha que é o ser humano
Nosso cérebro gosta do que eu chamo de “caminho feliz”, que nada mais é do que um caminho confortável que ele adota para transitar nos meios por onde passamos durante nossa vida. Existe sim a carga genética que influencia, e segundo correntes diferentes o tamanho desta influência pode ser maior ou menor, mas de fato há esta influência, mas isso não anula esse lado mais “rotineiro” que nosso cérebro gosta de trabalhar. Estudando a PNL aprendemos que apenas 5% de nossos comportamentos, às vezes um pouquinho a mais, são conscientes, ou seja, durante todo o “resto” nosso cérebro está no piloto automático e aí não sabemos porque estamos agindo daquela forma.
Agora te faço outra pergunta: Você já viu aquelas pessoas que conseguiram dar uma guinada enorme de 180 graus em suas vidas? Conseguiram emagrecer extremamente sem intervenções cirúrgicas, largar algum vício que tinham há muito tempo, transformar sua vida de alguma forma? Certamente você conhece ou já viu a história de alguém assim e isso te mostra claramente que é possível reescrever atitudes e comportamentos.
Acredito inclusive que não admitir que nosso perfil é mutável é uma grande violência com a maravilha que é o ser humano. Hoje em dia lidamos com tantas opções de apoio a quem quer mudar, parar de se comportar de uma forma para adotar comportamentos de outra natureza porque os antigos influenciam negativamente em relacionamentos e no trabalho. Talvez neste ponto esteja uma questão fundamental nesta discussão: qual é o tipo de mudança de comportamento que o indivíduo quer?
Pensando no modelo visual do DISC, mudanças no sentido diagonal podem ser muito críticas e difíceis de se consolidar. Por exemplo, um indivíduo com alta concentração de comportamentos DOMINANTES, identificado como ALTO DOMINANTE, resolve que quer mudar e transformar-se em um ALTO ESTÁVEL. Na prática estamos falando em mudanças sérias como REDUÇÃO DE VELOCIDADE, CALMA COM RITMOS ALHEIOS, MAIOR SENTIMENTALISMO entre outros. Para muitos isso pode parecer impossível, mas eu prefiro dizer que é sim muito árduo de se conseguir e depende de muita entrega e acima de tudo consciência.
As mudanças que são menos árduas são aquelas no sentido vertical e também horizontal no modelo DISC, ou seja, um indivíduo ALTO ESTÁVEL resolve que conscientemente vai adotar mais comportamentos INFLUENTES, ou então um indivíduo ALTO CONFORME (ou ALTO ANALÍTICO) resolve que conscientemente vai adotar mais comportamentos DOMINANTES, e assim por diante.
Por fim, acredito que a chave está justamente aí: na consciência do que estamos fazendo!