Livros e mais livros são escritos sobre os temas motivação e produtividade. Alguns com informações relevantes e fundamentadas, outros com um jogo de palavras que se aproximam de um roteiro de autoajuda.
O ritmo do trabalho depende de pessoa para pessoa e logicamente do ambiente que influi substancialmente no nível de produtividade dentro das organizações.
Nosso organismo reage ao ambiente interno e externo. Alguns dias da semana são mais propensos a determinadas atividades. Segunda feira é um dia mais silencioso e as pessoas conseguem se concentrar um pouco mais em suas tarefas. Sexta feira é um dia mais intenso na comunicação e as empresas são mais barulhentas, exigindo das chefias uma atenção maior.
Estudos indicam que as pessoas são mais produtivas das 6h às 10h e das 16 às 20h. Em outros horários é preciso um esforço consciente maior. Desconhecer tais fatos pode estressar a vida de muitos gestores.
pessoas verdadeiramente motivadas são mais produtivas pois isto atinge o sistema de recompensa cerebral
Para haver motivação é preciso acionar o sistema de recompensa cerebral. Isto acontece quando atuamos em atividades que nos trazem prazer. Daí a importância de colocarmos a pessoa certa no lugar certo, ou seja, conforme suas potencialidades e perfil.
Algumas empresas optam pela pressão constante em relação aos seus trabalhadores. Isto pode trazer um resultado rápido, no entanto ele é bastante curto. O cérebro humano não trabalha bem com altos níveis de estresse por muito tempo. Isto também provoca baixa inovação e uma propensão a acidentes de trabalho além de aumento de turnover.
Palavras incentivadoras também tem um tempo limitado de impacto. Elas funcionam bem menos do que se imagina. Se os fatores que provocam a desmotivação não são tratados e solucionados, não são belas palavras que mudarão perenemente os comportamentos.
O desconforto cognitivo é o resultado de ambientes que mais provoca estresse do que satisfação.
A produtividade tão sonhada está intimamente ligada ao potencial das pessoas. É um fato trivial, no entanto, ainda de pouco conhecimento de muitos profissionais que ocupam cargos de liderança ou atuam na gestão de pessoas.
Passamos por uma verdadeira revolução nos últimos anos, especialmente em questões sociais e tecnológicas. Os comportamentos mudaram e quando reclamamos muito disto é porque não conseguimos nos adaptar a estas grandes mudanças. O pior é que insistimos em modelos que não mais atendem as expectativas desta nova era.
Isto está evidenciado nas práticas que ainda temos nas organizações. Muitos modelos ultrapassados perenizam e ainda trabalhamos como se estivéssemos na década de 80. Outro fator é que simplesmente copiamos modelos e métodos de países mais avançados, sem fazer qualquer análise crítica.
Para nossos eventos trazemos palestrantes ilustres, copiamos práticas duvidosas, falamos palavras de ordem como resiliência e comprometimento, no entanto não conseguimos resolver problemas simples como a melhoria da satisfação das pessoas. Isto é incontestável pois o volume de estresse e de depressão crescente comprova tal fato.
Outro fator a destacar é que grande parte das pessoas que ocupa cargos na alta administração e na média gerência simplesmente não participa de atividades que possam ampliar a análise crítica e novos conhecimentos. Em geral eles “mandam” seus auxiliares, assessores e analistas para participarem de congressos e ficam nas empresas em razão do grande volume de trabalho, ou talvez porque acreditem que já sabem tudo.
O descompasso é grande. Desconhecemos fatos incontestáveis que afetam a motivação e a produtividade e buscamos, muitas vezes, receitas milagrosas. Por esta razão nossas empresas penam para melhorar a produtividade e atingir patamares de empresas do primeiro mundo.
Somente uma revolução na forma de pensar, poderia avançar um pouco, lembrando que pessoas verdadeiramente motivadas são mais produtivas pois isto atinge o sistema de recompensa cerebral.
Pessoas felizes são mais plenas e apresentam comportamentos mais inovadores.
Você é mais criativo e inovador quando está feliz, ou quando está triste?
Tags:felicidade, inovação, perfil comportamental