Embora pareça estranho, lidar com o sucesso é tão ou mais desafiador do que lidar com o fracasso.
Em nossa sociedade é possível perceber que o fracasso mobiliza compaixão, empatia e solidariedade, enquanto o sucesso, por sua vez, desperta outros sentimentos e que costumam envolver julgamento, especulação, generalização e projeção de altíssimas expectativas que imputam um peso desproporcional sobre quem alcança esse patamar teoricamente tão desejado. Como se para ter sucesso, seja preciso sempre pagar um preço.
Isso acontece porque aprendemos, desde a mais tenra idade, que o fracasso poderá ser amparado e protegido e que o sucesso é fruto de muito esforço e renúncia. Essa ideia foi e ainda é socialmente aceita e replicada por muitas gerações, sobretudo nos países de tradição católica que por muitos séculos exortou o sacrifício e o sofrimento como caminhos de libertação. Não queremos aqui fazer nenhuma crítica a fé de ninguém e nem mesmo afirmar que o sucesso sempre vêm fácil, mas apenas mostrar como o contexto em que se vive pode influenciar a maneira como lidamos com essa questão. À luz desse contexto, fica mais fácil entender porque algo tão desejado pode ser também algo tão temido.
Um dos motivos mais alegados como fator que impede as pessoas de chegar ao sucesso, costuma ser o medo de não atender à expectativa “do outro” e, por consequência, o receio de falhar e mostrar que não se é perfeito, porque achamos que o “outro” não aceitará menos do que a perfeição. Esse medo pode estar tão enraizado que nos levará a transformar o julgamento e a expectativa “do outro” em nossas próprias expectativas e julgamentos, construídos sobre tudo o que aprendemos sobre sucesso e fracasso. Quando se chega a isso, a auto cobrança e autocrítica podem ser tão severas que podem mesmo ser irreais, ofuscando nossa percepção e impedindo-nos de ver tudo o que já somos e tudo o que podemos ser.
Mas como isso pode nos levar ao medo do sucesso?
Quando perdemos a visão sobre as possibilidades, se aventurar pela experiência do sucesso pode parecer muito arriscado já que não percebemos em nós possibilidades de minimizar ou eliminar esse risco, e falou em risco, entra em cena nosso instinto de autoproteção. Esse instinto cria para nós incidentes e percepções distorcidas da realidade com o fim de nos “proteger” do sucesso. Também conhecido como auto sabotagem, esses incidentes e percepções confirmam nossa crença interna de que não somos tão bons assim e seguimos reafirmando: “Tá vendo, não dá mesmo, não consigo, é difícil…” ou ainda “Ainda não sofri o bastante, tenho que me esforçar mais, está muito fácil, vamos complicar um pouco…” e tantos outros mantras que aprendemos e repetimos desde crianças.
Como se para ter sucesso, seja preciso sempre pagar um preço
Esse ciclo, cansativo e enfadonho vai se retroalimentando e, tal qual um martelo batendo em um prego, vai fixando várias plaquinhas de limitações no íntimo de nosso ser.
Bom, mas essa sequência pode ser menos trágica e ter um final mais feliz? Pode e deve, afinal temos também inúmeros exemplos de pessoas que conseguem desfrutar o sucesso de forma plena, leve e prazerosa.
O desejo de encarar o desafio é o primeiro passo. Sim realmente é um desafio. Bancar ser a referência, lidar com a abundância, com o reconhecimento, com a admiração dos outros é desafiador.
(Que tal ler também: Propósito: Cada um tem o seu!)
Comece por reduzir a auto cobrança, sendo mais realista consigo mesmo. A Análise Transacional, que tem por objetivo o desenvolvimento integral do potencial do ser humano, aponta como um dos caminhos a prática do o auto reconhecimento. Qualifique o que você é, suas conquistas e potencialidades, desligando os mantras limitantes e conectando-se ao canal da realidade. Nem mais, nem menos. Cada vez que nos damos um auto reconhecimento nos libertamos um pouco mais das limitações. Cada vez que percebemos nosso potencial e “pegamos leve” conosco, vamos soltando as correntes que nos prendem ao ciclo da auto sabotagem e abrindo caminho para sermos o que fomos criados para ser: Pessoas de Sucesso!
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