Fácil não é… mas uma das coisas que tenho aprendido nessa vida é tentar (mesmo!) ver o lado bom de tudo o que me acontece.
Não foi diferente quando terminei um ciclo profissional e o fantasma do “e agora?” quis tomar conta dos meus pensamentos, mesmo que a decisão tenha sido iniciativa minha.
Sabemos que, se alimentarmos o desânimo, a depressão, a tristeza, isso toma conta de todo o nosso ser. E eu fui muito feliz quando consegui não deixar que isso acontecesse… e hoje venho aqui escrever um pouco sobre essa experiência que chamo de “pausa profissional”.
Lógico que todo ciclo que se encerra mexe conosco, afinal, temos vínculos profissionais e pessoais no ambiente de trabalho onde acabamos passando a maior parte do nosso tempo. Mas brinco que meu luto durou poucos dias… bem poucos.
(Dica de leitura, artigo: A dor da aprendizagem)
Eu não me permiti ficar ociosa a maior parte do tempo e fiz alguns planos para que meu tempo fosse bem aproveitado. Selecionei alguns livros que eu tinha vontade de ler, separei alguns filmes e séries que trouxessem um lado positivo e também foquei na minha saúde, praticando exercícios, alimentando-me melhor e aproveitei para fazer todos os exames que estavam atrasados. Também marquei encontros com pessoas que não via há algum tempo, podendo botar o papo em dia… Nossa! E quantos amigos eu tenho!
Eu indico muito o serviço de algum profissional de reorientação de carreira para acompanhar no momento do desemprego ou na necessidade de alteração de rota profissional. Eu recebi esse serviço e fez toda a diferença no meu processo. Pude aprender como me ver como profissional, pude ajustar alguns aspectos que eu não me aprovei, pude identificar o que tenho de bom, enfim, foi um período de 4 meses em que pude realmente me analisar.
Sabemos que, se alimentarmos o desânimo, a depressão, a tristeza, isso toma conta de todo o nosso ser
Dentro dessa experiência, gostaria de destacar duas vivências que foram de extrema importância para meu crescimento:
1) A simulação de uma entrevista, sendo gravada para posterior análise
Quando realizei a entrevista gravada, não me gostei nada, nada! Pude perceber que falei coisas desnecessárias, bem como não aproveitei o momento de me vender para a recrutadora.
Percebi palavras, frases e afirmações que não ficaram bem colocadas e que não revelou as minhas competências. Consegui verificar que tinha que resumir tudo o que havia falado para no máximo quinze minutos, e eu falei durante quase uma hora (!!!)…
Quando marcamos de ver a gravação eu estava mais nervosa do que na entrevista! Anotei vários pontos porque sou bastante autocrítica…. e a profissional que estava me ajudando nesse processo foi pontuando alguns detalhes que foram ótimos e outros que, na visão dela, poderiam ter sido mais bem aproveitados.
Então, essa dica eu dou para qualquer profissional. Faça em casa com a sua webcam, com seu celular… anote algumas perguntas que você faria para o seu cargo e faça-as para você mesmo, respondendo como numa entrevista. Leia sobre como pode resumir as coisas enfatizando seus pontos fortes. Se quiser, eu te ajudo…. de coração, pois foi uma experiência bem bacana!
(Que tal ler também – Candidato, está na hora de entregar o seu melhor!)
2) Ferramenta Análise de SWOT
Quase todas as pessoas sabem ou já usaram essa ferramenta alguma vez na vida para algo dentro da empresa, um projeto, um planejamento, qualquer coisa, mas sempre voltado a algo corporativo.
Quando tive a proposta de me analisar com essa ferramenta, demorei anos para fazer! Como foi difícil definir “meus pontos fortes, meus pontos fracos, minhas oportunidades e minhas ameaças” tendo como ponto focal o meu cargo profissional, ou seja, para uma recolocação no mercado ou mesmo uma mudança de rota.
Nós não temos o hábito de nos parabenizar pelas nossas conquistas, mal sabemos os projetos que deram certo e ainda mais, não nos habituamos a fazer nosso currículo destacando nossos sucessos e entregas.
Dessa forma, quando somos chamados a escrever o que é forte em nós, ficamos com um imenso buraco vazio. Culturalmente parece que é “feio e arrogante” quando falamos nossos destaques, e assim, vamos deixando passar…
Outra coisa que fazemos é focar em nossos defeitos. Quando era para escrever essa lista, ah, essa sim, foi rapidinho! E tinha um monte!
Então, ao poder analisar essa ferramenta para mim, tive que mergulhar mesmo nos meus defeitos e nas minhas qualidades para poder fazer o exercício. É ficar nua mesmo diante de si mesma, sem mentiras… porque sabemos onde o nosso calo aperta. Uma ideia é pedir para algum profissional de confiança e que tenha convivido com você, que aponte junto contigo algumas coisas do ponto de vista dele. Às vezes, quando olhamos de lado parece uma coisa, e de cima, outra…
(Leia também – Pessoas certas nos lugares certos)
Passada essa experiência, eu consigo hoje ficar muito mais atenta aos detalhes dentro da minha profissão e da minha carreira.
Tem coisa que já quero anotar para inserir no meu currículo (aproveitando… acredito que ele deve ser refeito sempre… com atualizações). Não deixar para fazer quando precisa, porque acabamos esquecendo muita coisa e coisas que eu pude montar um plano de ação para que eu conquiste.
Em um momento de “desemprego”, na minha opinião, é opção nossa ficar de pijama o dia todo, chorando por algo que se rompeu ou transformar esse tempo em algo produtivo, pois só fica sem “trabalho” quem não possui inteligência. Se mencionarmos que tempo não é dinheiro, mas tempo é vida, muda todo o sentido da nossa existência, não é mesmo?
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