Tão certo quanto 2 + 2 é igual a 4, é o fato de que o mundo muda e as relações evoluem. Independente de legislação vigente, modelos estabelecidos e paradigmas, nós temos a capacidade fabulosa de transformar problemas em oportunidades, basta gastarmos a dose certa de energia na busca de algo que faça sentido. É algo como a água, que quando não pode derrubar um obstáculo ela contorna-o.
Por que estou dizendo isso? Porque acredito que você tenha acompanhado o número cada vez maior de pessoas e empresas que tem transformado algo que é extremamente precioso – a informação – em recurso que pode ser vendido em prol de um resultado.
Quando falamos de Outplacement, Headhunter e Jobhunter estamos, em primeiro lugar falando de modelos de trabalho um tanto quanto jovens na história da Gestão de Pessoas. Eles evoluíram de uma relação mais antiga que conhecemos como Recrutamento e Seleção, e tem em comum o uso da informação como fator estratégico para seu sucesso, e acredito que temos um consenso de que ela – a informação – nunca esteve tão disponível no mundo como nos dias de hoje.
Outro fator estratégico para o sucesso destes modelos é o relacionamento, algo também bem antigo na história da humanidade – Leia Sapiens: Uma breve história da humanidade – porém que conseguimos também evoluir ao longo do tempo a ponto de transformar o resultado de nossos relacionamentos em algo vendável. Desta forma, hoje, pessoas e empresas vendem suas informações e relacionamentos em prol da recolocação profissional de quem está disponível no mercado ou está buscando uma oportunidade melhor, assim como também em prol das empresas que estão em busca de profissionais que se encaixem em um determinado perfil.
Falando especificamente sobre o Outplacement, trata-se de um trabalho consultivo, onde um consultor fica responsável por apoiar um profissional em sua transição de carreira. Geralmente é destinado àqueles profissionais que foram desligados das empresas onde trabalhavam e elas o oferecem como benefício para esta pessoa ter mais velocidade e força na sua recolocação, mas também já é contratado por profissionais – formato pessoa física – que estão em busca de uma nova oportunidade profissional, estejam eles numa situação de desemprego ou então em busca de outro trabalho.
Inclusive, é importante mencionar que no Brasil, atualmente, já há uma razão de 60% x 40% para as contratações de pessoas físicas versus jurídicas, ou seja, hoje o serviço tem sido mais contratado por pessoas do que por empresas. Como é um trabalho consultivo, o Outplacement obviamente tem foco na recolocação profissional, porém ele é mais robusto no sentido da inclusão de ferramentas como Coaching, Mentoring e Assessment, afinal vale mais uma recolocação bem acertada e que faça parte de uma parte duradoura na história da pessoa que passa por este processo, do que simplesmente uma recolocação profissional na primeira oportunidade que aparece.
nós temos a capacidade fabulosa de transformar problemas em oportunidades
Por sua vez, o trabalho de Headhunter consiste na busca por profissionais que sejam aderentes às necessidades de empresas que demandam de mão-de-obra (ou talentos, entenda como quiser). Conceitualmente, o Headhunter trabalha para empresas e não para pessoas físicas, pois ele procura os profissionais e não as oportunidades de trabalho. Geralmente ele é remunerado pelas empresas contratantes com um valor proporcional ao salário que elas desejam pagar àquele profissional. Desta forma, tome muito cuidado com a abordagem de “headhunters” que querem te cobrar para te colocar em um processo seletivo que eles estejam cuidando, pois ele já está recebendo da empresa que está buscando profissionais.
Você deve estar se perguntando agora: Mas como assim Fabricio? E se eu quiser pagar alguém só para encontrar uma oportunidade de trabalho para mim? Simples, esse é o papel de quem trabalha como Jobhunter. Enquanto o Headhunter é o “caçador de cabeças”, o Jobhunter é o “caçador de trabalho”, o que também constituiu uma tarefa consultiva, parecida com o que é feito em Outplacement, porém há um foco muito maior sobre a recolocação com certa dose de velocidade.
O número de empresas e de profissionais que tem se lançado como Jobhunter tem crescido muito no Brasil nos últimos tempos, o que é muito bom porque eles conseguem usar os dois recursos principais dos quais tratei no início do texto: a Informação e o Relacionamento, para aproximar empresas ou Headhunters, dos profissionais que estão em busca de uma nova oportunidade.
É um modelo de que exclui o Outplacement? Pela minha experiência tenho razões para crer que não, afinal existe muita gente que tem mais urgência para processos de recolocação, como também tem muita gente que prefere investir mais tempo, recurso e ferramentas para se aproximar de uma recolocação mais assertiva, porém isso não demerita de forma alguma o papel do Jobhunter, muito pelo contrário, coloca mais peso ainda.
E no fim das contas, o que faz estas 3 rodas girarem no mundo da gestão de pessoas é a Informação e o Relacionamento. Falando nisso, como você tem tratado estes dois recursos principais da sua vida profissional?
Tags:Headhunter, Jobhunter, Outplacement