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ANDRAGOGIA TRANSFORMADORA

Lena Souza março 27, 2018 Comportamento, Desenvolvimento

Um ensino alegre e criativo faz uma diferença enorme na vida de um aluno adulto que enfrenta suas batalhas diárias. Se, para crianças na maioria das vezes, aula é sinônimo de alegria e movimentação, por que para adultos precisa ser chata e monótona?

Andra o que????

Embora o nome possa causar algum tipo de estranhamento, seu significado é bem compreensível. Do grego, andros (adulto) + gogos (educar), andragogia significa “ensino para adultos”.

Os mesmos métodos que são utilizados com crianças não devem ser aplicados no processo de ensino de adultos, pois há diferenças tanto nas idades, que englobam amadurecimento superior em pessoas mais velhas por conta de mais experiências, quanto nas necessidades, pois estas precisam aprender assuntos que sejam aplicáveis em suas jornadas profissionais e/ou pessoais.

Dentro de uma empresa, por exemplo, o processo de aprendizagem precisa ser ainda mais participativo, refletindo diretamente em ações com impactos reais na dinâmica de trabalho. Por isso, conteúdos decorados apenas para avaliações que condizem com a aprovação anual acabam sendo esquecidos.

Infelizmente, isso torna-se pura teoria, já que, na prática, muitos educadores tentam ensinar alunos adultos com técnicas pedagógicas, negligenciando e substituindo aulas com técnicas andragógicas pelas maçantes aulas expositivas, em que somente o professor fala para expor o conteúdo, se interpretando como “autoridade do conhecimento”, e não um tutor ou facilitador, como deve ser, ainda que o mesmo use de novas tecnologias, como data show por exemplo.

Premissas relevantes na Andragogia

Esse conceito foi estudado com mais afinco pelo pesquisador americano Eduard Lindeman, durante a década de 20. Em seu trabalho, ele identificou cinco pontos relevantes na educação de adultos:

  1. O estímulo causado pela consciência de que seus interesses serão satisfeitos por meio da aprendizagem;
  2. Experiências e necessidades dos estudantes devem ser o ponto de partida para o programa de aprendizagem, e não disciplinas isoladas;
  3. A análise de situações vividas pelos alunos é a mais rica fonte de aprendizagem;
  4. O professor deve facilitar o processo de investigação do educando e criar condições para que ele mesmo dirija sua trajetória de aquisição de conhecimentos.
  5. O ensinamento deve considerar as profundas diferenças de perfil de cada estudante e estimular interações. Os adultos aprendem trocando experiências, dando opiniões e ouvindo os outros.

Os resultados práticos quando se tem um treinamento/capacitação usando essas premissas são diversos, entre eles:

  • Treinamentos mais compatíveis com as demandas da empresa;
  • Autonomia e responsabilização de colaboradores;
  • Reforço de uma cultura de aprendizado;
  • Estímulo à criatividade e inovação;
  • Relações horizontalizadas;
  • Maior capacidade de criar soluções;
  • Otimização do conteúdo;
  • Participação ativa de colaboradores.

Portanto, é essencial que os cursos e treinamentos apresentem de forma clara os valores que têm e como os participantes podem aplicar os conhecimentos adquiridos na realidade pessoal e profissional. Sem esse elemento, será difícil que o adulto aceite, compreenda e se comprometa com o aprendizado.

Os aprendizes têm forte necessidade de se autodirigir, de decidir quando, como e o que querem aprender, porém nem todos os aprendem da mesma forma. As diferenças individuais entre as pessoas aumentam com a idade. Desse modo, dentro dos princípios da andragogia, deve-se prever as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.

 

O Clima de Aprendizagem

O clima de aprendizagem deve ser acolhedor, respeitoso e seguro durante todo o treinamento, evitando intimidações e constrangimentos.

Geralmente, no início de um treinamento os adultos adotam uma postura reservada até perceberam que o ambiente não é “ameaçador”. Pessoas tímidas levam mais tempo para ficarem à vontade.

Um ensino alegre e criativo faz uma diferença enorme na vida de um aluno adulto que enfrenta suas batalhas diárias.

É fundamental que o instrutor promova oportunidades de engajamento e de trocas – trabalhos em grupo, estudos de caso, debates, dramatizações, busca por soluções, jogos etc. Todas essas situações pressupõem que haja interação entre os participantes. E que envolva os participantes de forma ativa nas atividades, de modo que eles descubram respostas (e não apenas as ouçam). Nesse sentido, o instrutor se torna um facilitador, não sendo alguém que “entrega de bandeja” as soluções.

Espaço físico

Para que a interatividade no treinamento aconteça de forma eficaz, é importante que haja uma adequação no espaço físico. É preciso organizar e usar o espaço do treinamento de forma que os aprendizes se sintam confortáveis e que a interação entre eles seja facilitada. Pelo amor dos teus antepassados, coloca o grupo em U ou roda.

Ajuste de ROTA

Às vezes o planejamento realizado precisa de ajustes quando o curso já está em andamento, por isso, este fator está intimamente ligado à humildade do instrutor, que precisa estar aberto a mudanças quando for necessário. Isso facilita a obtenção de melhores resultados e estabelece um clima de confiança, transparência e respeito entre tutores e estudantes. E ATENÇÃO! Uma mudança de rumo não é sinônimo de curso mal planejado ou falta de profissionalismo. Pelo contrário: significa ter consciência de que é preciso seguir outra direção para conquistar as metas estabelecidas com maior eficácia.

Objetividade e FOCO

Este elemento está intrinsecamente ligado à forma como os adultos veem o mundo, ou seja, o contexto no qual estão inseridos. O método de ensino precisa ser direto, evitando rodeios e a consequente perda de foco. Isso facilita que as metas estabelecidas para o curso sejam alcançadas e permite a criação de um canal coerente e que respeite a pessoa.

Vale à pena investir no aluno adulto, e acreditar que, assim como a criança, eles são indivíduos que podem ser, com as devidas técnicas, sujeitos à transformação para serem melhores cidadãos, mais humanizados e com perspectiva de vida e real crescimento profissional através da educação.

Um líder andragógico ou instrutor, sem dúvida alguma, vai criar um experiência IMPECÁVEL e INESQUECÍVEL para o grupo.

Lena Souza

Lena Souza

Graduada em empreendedorismo e RH. Empreenderora, coach, cerimonialista, palestrante, escritora, andragoga, apresentadora de TV. Formação MASTER em PNL, Co-autora do Livro Ser Mais com Palestrante Campeões. Professora Sociesc – FGV / USP Pecege Radialista profissional sob o RP nº 2409 SC Idealizadora da Jornada Positiva @jornadapositiva Presidente da ONG JCI-Joinville em 2015 Senadora nº 75.996 JCI-Internacional - Título vitalício de honraria por trabalhos relevantes. Uma tímida CORAJOSA que viaja o Brasil inteiro, levando uma mensagem de Encorajamento às pessoas.

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Tags:andragogia

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