A parte que corresponde o nosso consciente é apenas a ponta do iceberg. Não conseguimos explicar porque nos apaixonamos por esta e não por aquela pessoa. Porque gostamos desta ou daquela comida. Porque não controlamos nossos medos. Porque reagimos desta ou daquela forma em determinadas situações.
Nosso cérebro prega muitas peças. Não basta querer. Simplesmente querer. Nesta circunstância aquela frase que diz que tudo é uma questão de escolhas, não é tão simples assim. Nossa mente faz escolhas que não queremos em muitas circunstâncias.
A NEUROCIÊNCIA tem tentado explicar nossas reações, mas dada a complexidade do cérebro percebemos o quanto é desafiador. São cem trilhões de conexões numa eterna troca de informações. Temos posse de uma estrutura que é considerada a mais complexa do universo e em muitos casos não a controlamos Simplificamos o que não deveríamos simplificar e desenvolvemos fórmulas mágicas para mudar o comportamento das pessoas. Cometermos erros quando não analisamos o perfil de cada ser humano e o colocamos a trabalhar em qualquer lugar, sem antes avaliar suas potencialidades naturais.
(Veja o vídeo de Pedro Luiz Pereira – Neurociência aplicada a gestão de pessoas)
Quando contratamos de qualquer jeito, podemos cometer muitos erros e corremos atrás de programas de treinamento e desenvolvimento, julgando que podemos transformar uma pessoa naquilo que ela não é. Podemos desenvolver determinadas habilidades, é verdade, no entanto não conseguiremos simplesmente transformar totalmente uma pessoa porque assim desejamos.
Algumas pessoas são mais criativas e inovadoras e outras não. Algumas possuem um dom nato para liderar e outras nem tanto. Determinadas pessoas sentem mais medo diante de ameaças e outras são mais corajosas o obstinadas.
Nossa mente faz escolhas que não queremos em muitas circunstâncias.
É possível desenvolver o ser humano em muitas habilidades, no entanto milagres são raros e a luta é obstinada, especialmente na esfera organizacional onde se trabalha muito para melhorar determinadas competências.
Na tentativa de melhorar desempenho recorremos a inúmeras metodologias e ferramentas. As mais contemporâneas são o coaching e o mentoring.
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Num processo de coaching ou mentoring é preciso muito esforço e, isto vai depender de uma série de fatores. Entre eles a dedicação de quem precisa ser desenvolvido. Ninguém ganha musculatura numa academia se não tiver extrema força de vontade. Ninguém emagrece simplesmente porque deseja emagrecer. E temos que ter a consciência que em alguns casos, apesar de todos os esforços podemos não ter sucesso. Tudo dependerá de uma série de fatores e o seu cérebro desobediente poderá resistir a todo custo.
Quando contratamos de qualquer jeito, podemos cometer muitos erros e corremos atrás de programas de treinamento e desenvolvimento, julgando que podemos transformar uma pessoa naquilo que ela não é
Precisamos ter muito cuidado quando dizemos a uma pessoa que ela é capaz. E se ela não for? E se o pulo que dizemos para ela fazer, com o objetivo saltar para o outro lado não for suficiente porque suas pernas são muito curtas?
É preciso ter muito conhecimento de causa para se atuar em processos de desenvolvimento de pessoas. A responsabilidade é muito grande. Não temos tido sucesso com palestras, seminários, eventos, congressos porque não conhecemos verdadeiramente a alma e a complexidade do cérebro humano.
Vamos sim nos colocar a disposição para melhorar o ser humano naquilo que é possível e não vamos prometer resultados “milagreiros”. Em muitas situações podemos com certeza ir muito longe, desenvolvendo competências essenciais para exercer determinadas funções, em outras nem tanto e em algumas quase nada.
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Para comprovar que seu cérebro é desobediente não custa ainda perguntar:
É POSSÍVEL não querer mais amar determinada pessoa?
É POSSÍVEL simplesmente deixar de se preocupar com o futuro dos filhos?
É POSSÍVEL deixar de ter medo? Tristeza? Depressão? Saudades?
É POSSÍVEL transformar uma mente pragmática e racional numa mente imaginativa e filosófica?
O que você acha? O que você pensa? Como o seu cérebro reagirá? Será seu aliado ou desobedecerá as suas vontades conscientes?
Desenvolver sim. Moldar não.
Pedro Luiz Pereira
Especialista em Neurociência e Neurocoaching, MBA em Qualidade e Produtividade, pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos, graduado em Economia e Administração, analista comportamental PROFILER, professor de pós-graduação, consultor, Hunter e palestrante. Atuou como executivo nas empresas MCI, Datasul, Pollux Automation e ACIJ, ocupando o cargo de diretor executivo durante 4 anos. Autor do livro “Negociação e Tomada de Decisão” e de vários artigos publicados no Jornal ANotícia, Notícias do Dia, Revista ACIJ e Revista Ferramental. Atualmente proprietário da EURHO Consulting, empresa especializada em processos de R&S de técnicos especializados, cargos de gestão, liderança, treinamento e desenvolvimento, executive search, assessment, mentoria, executive coaching e consultoria organizacional.
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